terça-feira, julho 07, 2009

Ela aproximou-se da lua e disse que a vontade distancia-se cada vez mais do que é correcto.
Arrefece e sente-se morrer dentro de si. Não é dessas, poderia sê-lo mas não é.
Não, quando tu, vida, continuas a dizer demasiados “adeus”.
Quando te sente, ela estremece. Fecha os olhos e sente-te.
Entretanto os pulmões deixam de fornecer ar e ela perece mais um pouco…
Tu, vida, fazes doer, fazes sentir, obrigas a viver.
Ela morre mais um bocado…
Ela não sabe em que lado teu acreditar,
Vida, no que vê ou no que mostras?
Tudo é tão complicado e no entanto tão simples.

“Julga-se que um homem sofreu porque lhe morreu um dia o ser amado. Mas o seu verdadeiro sofrimento não é tão fútil: é perceber que nem sequer o desgosto dura! Até a dor não faz sentido.
Bem sabes que não tinha desculpas, nem mesmo a sombra de um amor, nem a amargura da melancolia. Não tenho alibi. Mas hoje, eis-me ainda mais livre do que há anos era, liberto que estou da memória e da ilusão. (Ri apaixonadamente.) Sei que nada dura! Oh! Saber isto! Fomos só dois ou três, na história, que tivemos a verdadeira experiência disto, que pudemos atingir esta felicidade demente.”
Albert camus, IN “Calígula”

1 Comments:

Blogger Rain said...

Oh! Mal de mim, isto não é inspiração, é desespero, ansiedade de me livar destas coisas aqui dentro, porque nem o que eu entendo por perfeição procuro mais.

7:52 da manhã  

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